Resident Evil Requiem: Retorno a Raccoon City e foco em nova protagonista

Resident Evil Requiem é o primeiro jogo da série a se passar em Raccoon City desde Resident Evil 3, embora Resident Evil 6 tenha passado rapidamente pelo local. Como resultado, Requiem já parece bem diferente de seus dois predecessores imediatos: em vez de áreas rurais decadentes e habitantes do interior, as cenas que vimos até agora acontecem nos ambientes claustrofóbicos de arranha-céus impessoais e corredores labirínticos. Nesse sentido, é bastante reminiscente de Resident Evil 2.

Durante uma conversa com o produtor de Requiem, Masato Kumazawa, notei o DNA compartilhado entre Resident Evil 4 e Village, e perguntei se Requiem poderia ter uma relação semelhante com algum jogo mais antigo da série. Ele confirmou minha teoria sem hesitar: ‘Acredito que, nesse aspecto, é muito próximo de Resident Evil 2’, disse ele.

Além do cenário, Requiem também tem um foco maior nas qualidades de seu personagem jogável do que os dois últimos lançamentos. Claro, Ethan Winters tinha um passado, uma personalidade e um motivo muito urgente, mas Kumazawa faz uma distinção interessante entre Ethan e a nova protagonista de Requiem, Grace Ashcroft, que é extremamente vulnerável e não está acostumada com confrontos ou violência.

‘Quando você olha para Resident Evil 7, embora Ethan seja o protagonista, ele é mais um personagem para o jogador’, disse Kumazawa. ‘Ele é como uma câmera móvel, porque queríamos que o jogador estivesse imerso, envolvido e assustado. Então, quando você a compara com Ethan, Grace tem muito mais características: ela tem muito mais sentimentos envolvidos, ela se assusta mais facilmente.’

Kumazawa chamou a atenção para um dos recursos mais interessantes de Requiem: a capacidade de alternar entre as perspectivas em terceira e primeira pessoa. Isso significa que o estúdio pode ter o melhor dos dois mundos: a perspectiva em terceira pessoa nos permite ver Grace enquanto ela está ‘correndo, entrando em pânico, sendo surpreendida’ e acompanhar seu destino como personagem em uma história, enquanto a perspectiva em primeira pessoa nos permite nos tornar o protagonista da mesma forma que pudemos em Resident Evil 7 e Village.

Voltar para Raccoon City não é sem riscos, porém: esta é uma série com 30 anos e sua base de fãs pode ser muito exigente sobre o lore que se acumulou durante esse tempo. ‘Raccoon City é um lugar muito importante, não apenas para a série, mas também para a equipe de desenvolvimento’, disse Kumazawa. ‘Então, isso é uma grande pressão para nós.’

Eu tive que perguntar a Kumazawa se ele tinha jogado Silent Hill f. ‘Sim, eu joguei, e realmente gostei de como eles ainda mantiveram aquela perspectiva muito Silent Hill, enquanto assumiram o desafio de colocá-lo em um novo ambiente japonês’, disse ele, acrescentando que admira como a Konami conseguiu fazer um jogo de ação e terror sem armas de fogo.

Como Andrea notou recentemente, é um ótimo momento para ser fã de survival horror clássico: no espaço de seis meses, estamos recebendo novos jogos de Silent Hill, Fatal Frame e Resident Evil. Quanto a este último, Resident Evil Requiem será lançado para PC em 27 de fevereiro.