Nexon defende uso de IA em Arc Raiders após polêmica com dublagens
A Nexon saiu publicamente em defesa do uso de inteligência artificial em Arc Raiders, depois que o jogo enfrentou críticas severas por utilizar IA generativa para as dublagens. O CEO da empresa, Junghun Lee, abordou a controvérsia em entrevista recente à GameSpark, afirmando que é importante reconhecer que todas as desenvolvedoras já estão usando IA em seus processos.
Apesar da polêmica, Arc Raiders tem registrado números impressionantes desde seu lançamento, alcançando a marca de mais de 700.000 jogadores simultâneos durante o último final de semana, superando até mesmo o recorde estabelecido por Helldivers 2 e comprovando o potencial de mercado dos jogos do gênero extraction shooter.
‘Acredito que é importante reconhecer que todas as empresas de games estão usando IA atualmente. Mas se todos estão trabalhando com tecnologias iguais ou similares, a verdadeira questão se torna: como você sobrevive? Creio que é importante escolher uma estratégia que aumente sua competitividade’, declarou Lee durante a entrevista.
A postura da Embark Studios, desenvolvedora de Arc Raiders, tem gerado confusão entre os fãs. Inicialmente, a empresa negou o uso de IA generativa no jogo, mas depois passou a defender o uso de aprendizado de máquina como uma forma eficiente de completar tarefas. ‘A IA definitivamente melhorou a eficiência tanto na produção quanto nas operações de serviço ao vivo’, acrescentou o CEO da Nexon.
O que torna a situação ainda mais controversa é que a Embark Studios foi adquirida pela Nexon por US$ 96 milhões, o que levanta questões sobre a necessidade de reduzir custos eliminando dubladores humanos. O estúdio chegou a argumentar que atores de voz não considerariam valioso retornar ao estúdio para gravar falas curtas, justificativa que tem sido amplamente contestada pela comunidade.
Enquanto isso, outras grandes empresas do setor têm adotado posicionamentos contrários ao uso de IA generativa. A Nintendo tornou-se a maior empresa de games a rejeitar publicamente o uso dessa tecnologia, seguida pela CD Projekt, que confirmou não utilizar IA generativa no desenvolvimento de The Witcher 4, e pela Pocketpair, que anunciou que sua nova divisão de publicação não trabalhará com jogos que utilizem IA generativa.
Curiosamente, ao final de sua entrevista sobre os usos da IA generativa, Lee enfatizou que a ‘criatividade humana’ é a resposta para se destacar da concorrência em uma era onde muitos estão usando as mesmas tecnologias.
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