Shores of Vaelithar: RPG que começou com vídeo viral de IA agora é ‘livre de conteúdo gerado por IA’

O RPG de fantasia que começou como um vídeo viral feito por IA está ‘livre de conteúdo gerado por IA’, garante seu criador.

Posso fazer uma confissão? Eu adoro aqueles clipes de ‘jogos gerados por IA’ que as pessoas postam nas redes sociais. Não porque sejam bons (eles são bem ruins), ou porque eu adoro despejar água na boca aberta de um data center (eu gosto uma quantidade moderada). Eu os amo porque é pura coisa de ‘o rei está nu’: cambadas de autointitulados visionários da tecnologia tentando desesperadamente se iludir e a todos os outros para não ver o que está claramente na frente deles— algo que nunca poderia ser um jogo.

Geralmente, pelo menos. Acontece que pelo menos um daqueles clipes virais de jogos gerados por IA está agora sendo transformado em, uh, um jogo de verdade. Mas aqui está a parte estranha: seu criador diz que não tem nenhum material gerado por IA nele.

Shores of Vaelithar começou como um clipe viral de cinco segundos gerado pelo Midjourney e compartilhado no X por seu estúdio criador, Desimulate. Ele mostrava uma visão em primeira pessoa de um jogo de fantasia estilizado e lo-fi— castelo ameaçador, planícies verdes ondulantes e tudo mais.

A versão do jogo que agora tem uma página na Steam—e, notavelmente, nenhum aviso de conteúdo gerado por IA—parece semelhante, mas um pouco diferente. Isso porque, a Desimulate disse à PCGN, todo o material no jogo real ‘é uma filmagem do jogo e está livre de conteúdo gerado por IA’.

‘Não estamos usando IA para desenvolver nenhum recurso no jogo ou no motor de qualquer forma’, disse o estúdio, mas antes que você estoure o champanhe, o desenvolvedor esclarece: ‘Obviamente, o conceito do jogo é baseado no meu estilo de arte viral do post do Midjourney, então seria bobo dizer que não usamos IA para nada.’

Do modo como eles contam, parece que estão usando o Midjourney para arte conceitual: ‘Eu ainda uso o Midjourney para realizar minhas necessidades conceituais de uma maneira que possa ser comunicada adequadamente aos artistas da nossa equipe. Esses conceitos são o que eu chamaria de arte conceitual ‘pré-conceito’.’

Com os conceitos gerados por IA em mãos, a Desimulate diz que o resto da equipe de desenvolvimento ‘interpreta e transforma em algo real!’. Suspeito que isso ainda vai incomodar os observadores céticos em relação à IA (eu incluso). Afinal, você sempre poderia simplesmente dar os prompts que está digitando para o Midjourney para sua equipe humana e deixá-los interpretar isso. Corte o robô intermediário!

Independentemente disso, a Desimulate diz que ‘mais para frente, provavelmente muito em breve, definitivamente superaremos essa metodologia e precisaremos de um artista conceitual de verdade… Nosso principal objetivo é obter uma ‘fatia vertical’ suficiente para que possamos começar a procurar financiamento para nos permitir trabalhar nisso em tempo integral.’