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Criador de Mario’s Picross revela sacrifício para manter relação com Nintendo

Makoto Nakayama, criador de Mario’s Picross e atual CEO da Jupiter Corporation, revelou que precisou abrir mão de recrutar talentos de sua antiga empresa para manter boas relações com a Nintendo. Em entrevista recente à Famitsu, o veterano desenvolvedor compartilhou os desafios enfrentados ao deixar a Intelligent Systems, estúdio responsável por franquias como Fire Emblem e Metroid.

‘Na época em que fundei a empresa, eu havia acabado de sair da Intelligent Systems. Se eu levasse mesmo que um único funcionário comigo, sabia que perderia a capacidade de trabalhar com a Nintendo. Isso demonstraria uma falta de decência’, explicou Nakayama na entrevista.

O desenvolvedor foi um dos membros fundadores da Intelligent Systems, estúdio first-party da Nintendo que contribuiu para o desenvolvimento de títulos icônicos como Mario Bros., Metroid e Fire Emblem durante sua permanência. Durante esse período, Nakayama trabalhou ao lado de lendas da indústria como Satoru Iwata, Masahiro Sakurai e Shigeru Miyamoto.

Apesar das limitações na contratação, Nakayama conseguiu recrutar Noriaki Teramoto, criador do Mario Paint, que já havia deixado a Intelligent Systems. ‘Conversei com alguém que já tinha saído da empresa, o criador do Mario Paint, Teramoto, e perguntei se ele faria a programação’, relatou.

Curiosamente, a Intelligent Systems acabou colaborando no processo de recrutamento da Jupiter. O chefe de recursos humanos do estúdio da Nintendo chegava a encaminhar candidatos que não foram selecionados em seus processos seletivos. ‘Ele me dizia: ‘Temos 10 pessoas no processo de entrevista, mas vamos contratar apenas cinco. Vou apresentar os outros cinco para você’.

Graças às suas conexões com a Nintendo, o primeiro jogo da Jupiter acabou sendo Mario’s Picross. Foi o próprio Shigeru Miyamoto quem sugeriu o uso do personagem Mario no título. Após discutirem a ideia de transformar um popular tipo de quebra-cabeça de revista em um videogame, ‘Miyamoto disse ‘você pode usar o Mario”, lembrou Nakayama.

A parceria beneficiou ambas as empresas. A Nintendo estava entre lançamentos de jogos do Mario e procurava uma maneira de manter o encanador italiano relevante enquanto desenvolvia o próximo título da série principal.

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