RGG Studio reafirma identidade: ‘Não faremos jogos para agradar o público ocidental’
A série Yakuza gerou mais de uma dúzia de jogos desde sua estreia em 2005, sem contar as refilmagens substanciais nesse número. Por mais prolífico que o Ryu Ga Gotoku seja, eles também são notavelmente consistentes: a mesma mistura maluca de melodrama e humor absurdo está presente em cada um desses jogos, até mesmo naqueles ambientados no século XVII.
É uma fórmula que demorou um pouco para fazer sucesso fora do Japão: só se tornou um grande sucesso comercial no Ocidente a partir de Yakuza 0, em 2015. E aquele jogo caiu como uma bomba, mesmo sem fazer concessões explícitas para o público ocidental.
Mas agora que o público ocidental está prestando atenção, será que o Ryu Ga Gotoku vai tentar agradá-lo mais? Parece improvável, de acordo com uma nova entrevista da Automaton com três figuras importantes do RGG Studio. Perguntado se o estúdio poderia abandonar seu credo de ‘fazer o que parece verdadeiro para o RGG Studio’ caso seus jogos se tornassem grandes sucessos globais, o produtor executivo da série, Yokoyama Masayoshi, foi direto.
‘Não, não vai’, disse ele. ‘Se realmente quiséssemos fazer um jogo para o público estrangeiro, obviamente seria melhor fazer um protagonista estrangeiro e ambientar a história no exterior. Mas se fizéssemos isso, não seria Like A Dragon. Não faria sentido nós fazermos isso.’
Ele continuou: ‘Em vez disso, temos que preservar o que nos torna quem somos, e comunicar isso ao mundo. Se não estamos fazendo isso, podemos muito bem dissolver a equipe agora e fazer um jogo totalmente diferente.’
Masayoshi vê como função do RGG Studio fazer jogos Like A Dragon e ‘espalhá-los globalmente’, acrescentando que ‘acho que as pessoas começam a fazer coisas estranhas quando entendem mal qual é o seu negócio’. (Se essas coisas estranhas vierem na forma de Binary Domain, no entanto, estou inclinado a dizer que eles deveriam tentar isso com mais frequência.)
A forma como a série Yakuza evoluiu desde 2015 é uma prova sólida de que o RGG Studio não está disposto a vender incontáveis milhões de unidades no Ocidente a qualquer custo. Eles mudaram, de forma controversa, para um formato de combate por turnos com Yakuza: Like a Dragon, em 2020, antes de mudar, também de forma polêmica, para um cenário no Havaí com Like a Dragon: Infinite Wealth, em 2024 (o Havaí tem uma enorme população japonesa). No início deste ano, eles lançaram um spin-off com temática pirata. Ah, RGG Studio, seus gênios malucos, o que vocês vão inventar a seguir?
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