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Desenvolvedora de Stalker é declarada ‘organização indesejável’ pelo governo russo

A desenvolvedora de Stalker, GSC Game World, foi incluída na lista do governo russo de ‘organizações indesejáveis’, conforme comunicado da Procuradoria-Geral do país. Em outras palavras, o estúdio foi considerado uma ameaça às ‘bases da ordem constitucional, capacidade de defesa e segurança da Rússia’, e qualquer pessoa no território russo que mantiver vínculos com a empresa poderá sofrer punições.

A GSC é provavelmente o mais conhecido entre os diversos estúdios ucranianos impactados pela invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. A guerra obrigou a empresa a se mudar de sua antiga sede em Kiev para escritórios em Praga; um de seus desenvolvedores, Volodymyr Yezhov, foi morto em combate em dezembro de 2022; e o estúdio sofreu repetidos ataques de propaganda de forças anti-ucranianas e ex-fãs russos insatisfeitos.

A própria GSC arrecadou recursos para o exército ucraniano – US$ 800.000 por meio de uma venda beneficente de seus jogos – e incentivou os fãs a doarem para as forças armadas do país logo após a invasão russa. Você poderia imaginar, então, que o governo russo – nunca tímido em incluir pessoas e organizações de que não gosta em listas de entidades ‘extremistas’ – já teria processado a GSC há muito tempo. Mas, apesar de algumas ameaças no passado, sua classificação como organização ‘indesejável’ só foi anunciada hoje.

A Procuradoria-Geral acusa a GSC de ‘apoio financeiro às [Forças Armadas da Ucrânia]’ e de promover uma ‘visão da Rússia como um ‘estado agressor’, incluindo a disseminação de materiais difamatórios contra o nosso país’.

A Rússia também alega que a administração da GSC doou US$ 17 milhões a um fundo de assistência a militares ucranianos, uma afirmação para a qual não encontrei qualquer base fora da própria declaração da Procuradoria-Geral.

Talvez o mais absurdo, porém, seja a avaliação do Escritório sobre o próprio Stalker 2. ‘Em 2024, [a GSC] lançou um jogo de computador promovendo narrativas ucranianas [e] contendo conteúdo agressivamente russófobo’. Tendo jogado – e, de fato, feito a análise – de Stalker 2, tenho dificuldade em me lembrar de algo que me saltou aos olhos como ‘agressivamente’ russófobo. Talvez o Procurador-Geral esteja chateado porque a GSC removeu a faixa de voz em russo.

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