Firefox Aprimora Recursos de Privacidade para Combater ‘Fingerprinting’ e Proteger Sua Identidade Digital
Finalmente, algumas decisões empolgantes da Mozilla em prol da privacidade.
Por muito tempo, considerei o Mozilla Firefox uma ótima alternativa popular e focada em privacidade ao Google Chrome. Usei-o por bastante tempo, até que o ecossistema Google se tornou abrangente demais para ser ignorado. No entanto, nos últimos anos, parecia que o navegador do ‘rabo amarelo’ estava perdendo o foco na privacidade, tornando-o similar às outras opções do mercado. Por isso, é uma excelente notícia – e talvez uma validação para quem ainda tinha esperança no Firefox – que ele esteja expandindo suas proteções contra o fingerprinting.
Com essa medida, o Firefox está aprimorando suas defesas contra sites que tentam associá-lo a uma ‘ID digital secreta’ ao ‘coletar detalhes sutis da sua configuração – desde o fuso horário até as configurações do sistema operacional – que, juntos, criam uma ‘impressão digital’ identificável em diversos sites e sessões do navegador’.
O fingerprinting é, hoje, uma prática quase padrão para muitos sites. Nunca presuma que, apenas por não ter uma conta oficial em um site, ele não o identifica entre as visitas, às vezes até mesmo ignorando os cookies armazenados.
De acordo com os dados apresentados pela Mozilla, sem nenhuma proteção, mais de 60% dos usuários são considerados únicos por sites que utilizam o fingerprinting. As ‘proteções de fase 1’ anteriores da empresa já haviam reduzido esse número para menos de 40%. Agora, com a implementação da fase 2, a Mozilla afirma que apenas 20% dos usuários aparecem como únicos.
A Mozilla destaca que, graças a uma ‘análise global’, o Firefox é o primeiro navegador a ter esse nível de percepção sobre o fingerprinting e a implementar defesas mais eficazes para reduzi-lo.
Os métodos que a Mozilla está adotando parecem, essencialmente, resumir-se a fornecer aos sites as informações mais genéricas possíveis sobre seu dispositivo e sistema, buscando um equilíbrio com os benefícios genuínos de ter sites que conheçam alguns desses detalhes. Para ser mais específico, a Mozilla informa que o Firefox fará o seguinte:
- Relatar sua máquina como tendo um processador de quatro ou oito núcleos.
- Não usar fontes instaladas localmente para renderizar texto na página.
- Reportar sua resolução de tela ‘disponível’ como sua resolução normal menos 48 pixels.
- Relatar apenas entradas sem toque, toque único ou cinco toques em trackpads.
- Introduzir dados aleatórios em ‘elementos canvas’ (imagens de fundo) quando o site lê a imagem de volta.
Essas mudanças estão disponíveis apenas no Modo de Navegação Privada e no modo ETP Estrito, mas isso é apenas ‘enquanto trabalhamos para habilitá-los por padrão’.
Esta é, provavelmente, uma notícia muito bem-vinda para aqueles que antes consideravam o Firefox um dos últimos bastiões da privacidade online. Representa uma mudança positiva em comparação com outras alterações feitas pela Mozilla no último ou nos últimos dois anos.
No ano passado, o Firefox abandonou sua configuração ‘Não Rastrear’ (DNT) e a substituiu pelo Global Privacy Control (GPC). Essa mudança significou uma transição de solicitar aos sites que não o rastreassem, para, em vez disso, pedir que eles simplesmente não vendam ou compartilhem esses dados. O GPC é mais um padrão do que o DNT, então a mudança fazia sentido sob essa perspectiva, mas sinalizou um certo afastamento do objetivo de solicitar aos sites que não rastreassem os usuários de forma alguma.
A Mozilla também tentou adicionar alguns Termos de Uso ao Firefox no início do ano, que incluíam uma seção que parecia dar à empresa uma ampla autonomia sobre os dados do usuário, e removeu sua seção de FAQ que prometia não vender dados do usuário.
A Mozilla respondeu à reação, afirmando que tudo isso ‘NÃO nos dá a propriedade dos seus dados ou o direito de usá-los para qualquer outra coisa que não seja o descrito na Política de Privacidade’. No entanto, muitos não se convenceram e apontaram para a redação vaga dos termos.
Considerando tudo isso, é bom ver a Mozilla impulsionando novamente o mercado para a privacidade online. Talvez seja hora de eu dar outra chance ao velho navegador, meu ‘quase-xará’.
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